13.8.08

Fragmento

"OK, so who's the arsehole now?" Veja como a pergunta pode ser reinterpretada, como se fôssemos crianças sentadas em roda girando uma garrafa, "Ok, so who's the arsehole now?" Sei que algo em você que grita quer apontar os culpados de uma vez por todas, então me desculpe por isso querida - mas o assassino era esse três rodadas atrás, e o detetive agora é apenas quem estiver com o papelzinho marcado com um D. Mas aí já parei de falar com você e estou escrevendo um post.

É uma forma de post-nuclear thinking, talvez, mas nunca acreditei em culpados. A Suzane von R.ichthofen não é um monstro, o cara que atirou a filha da janela não é um monstro, o de-que-não-se-fala (leia Totem e Tabu, ah, leia...) não é um monstro e você não é um monstro. Pode ser, é claro, que eu seja o único diabinho, justificando toda a carnificina em nome de uma certa concepção de alma - mas veja como isso me aproxima tanto tanto do perdão universal, que todos sabemos que é a característica de um único ser no universo. Porém eu não diria isso tampouco, e prefiro ficar com Wilde : "We are all in the gutter, but some of us are looking at the stars".