Sobre as aparências
Uma das coisas mais complicadas nessa história de blog é que, como disse nossa amiga Tânia Pan outro dia sobre uma hipotética carta de Tarô chamada "O blog",
"O blog representa não aquilo que você é, mas aquilo que você gostaria que os outros pensassem que você fosse"
Claro que isso pode ser estendido sem problemas pro convívio social como um todo - ninguém aí, espero, acha que é livre. Mas quando se põem as coisas por escrito, assim na internet, tudo complica. Por sorte, acho que aproximadamente 100% dos meus leitores são amigos, de forma que a preocupação é apenas futura, ou seja, e se algum dia nos descobrem por aqui?
Isso tudo pra dizer que eu bem que gostaria, muito mesmo, de conseguir fazer poemas como aquele do Brecht, uma crítica social ácida e irônica, um poema atacando as bases da sociedade, destronando reis feito uma nova marselhesa, pra ser citado nas cartilhas escolares e tal. Só que na verdade tenho um medo danado dos flertes com a babaquice, e entre o leminski que quer ser enterrado com os trotskistas e o que põe sal na sopa, acabo ficando com o segundo, talvez conformisticamente achando que chutes de poeta não levam perigo à meta. Esse aqui, do meio deste ano, é só mais um pouco dessa coisa de quem, tão convencido da própria inofensividade, nem se anima mais a chutar.
***
Mas esses seios cinematográficos, você me dizia,
esses seios vieram só aos 23.
E um pouco do teu mistério se desvanecia..
3 Comments:
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Ah, mas aí é que está toda a graça...
ah, agora atualizou!
boa!
mas ainda acho que é por dentro da mercadoria que se come a vingaça fria.
beijinhos e bom natal tb
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