Poema de Natal
Velhinho de um ano, e talvez até que bonitinho à sua própria maneira.
***
Fadinha de Natal
Menos de um minuto, dizia Papai Noel
- e fazia relógio com os braços.
Pro cliente dava na mesma: era caber na caixa e mostrar a nota.
O prazo era dela.
Cada pacote, vinte centavos.
Passou de um minuto, nada.
A supervisora fazia que não via
só umas crianças é que exigiam o registro
dedinhos curiosos no botão.
Papai Noel ria, dançava e cantava
o minuto escorrendo pela testa manchando a maquiagem
o gorro firme preso com grampo.
Tinha cliente que trazia extra
esquecia a nota, sorria e pedia. Era Natal
e sempre sobravam umas outras notas, pegavam com amigas nas lojas, davam um jeito.
Desses vinham também as melhores gorjetas
que não podia mas todas dividiam.
(a Ana Paula, bonita,
sempre ganhava mais)
Viravam sorvete, cinema e besteirinhas.
No fim, um pouco pra mãe
umas roupas pro namorado
brinquedos pros sobrinhos.
Pra ela mesma, fez escondido uma vontade boba:
gastou tudo na boneca da vitrine em frente.
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Fadinha de Natal
Menos de um minuto, dizia Papai Noel
- e fazia relógio com os braços.
Pro cliente dava na mesma: era caber na caixa e mostrar a nota.
O prazo era dela.
Cada pacote, vinte centavos.
Passou de um minuto, nada.
A supervisora fazia que não via
só umas crianças é que exigiam o registro
dedinhos curiosos no botão.
Papai Noel ria, dançava e cantava
o minuto escorrendo pela testa manchando a maquiagem
o gorro firme preso com grampo.
Tinha cliente que trazia extra
esquecia a nota, sorria e pedia. Era Natal
e sempre sobravam umas outras notas, pegavam com amigas nas lojas, davam um jeito.
Desses vinham também as melhores gorjetas
que não podia mas todas dividiam.
(a Ana Paula, bonita,
sempre ganhava mais)
Viravam sorvete, cinema e besteirinhas.
No fim, um pouco pra mãe
umas roupas pro namorado
brinquedos pros sobrinhos.
Pra ela mesma, fez escondido uma vontade boba:
gastou tudo na boneca da vitrine em frente.